Entrevista: Os desafios do jornalismo na era das Fake News — com Jairo Rodrigues

Em uma era marcada pela velocidade da informação e pela presença massiva das redes sociais, o jornalismo desempenha um papel crucial no combate à disseminação de fake news. A propagação de notícias falsas tem impacto direto na sociedade, influenciando opiniões, decisões políticas, comportamentos sociais e até mesmo a saúde pública, como foi evidente durante a pandemia de COVID-19.

O jornalismo profissional, pautado na ética, na verificação dos fatos e na responsabilidade social, atua como uma barreira essencial contra a desinformação. Ao investigar, checar fontes e contextualizar os acontecimentos, os jornalistas oferecem à população uma informação confiável e embasada, permitindo que as pessoas tomem decisões mais conscientes.

A Revista Grandes Negócios conversou com o founder e jornalista Jairo Rodrigues, que falou sobre os desafios do jornalismo em tempos de fake news. “O jornalismo precisa se adaptar rapidamente às novas tecnologias, educar o público sobre como reconhecer notícias falsas e continuar buscando a confiança da audiência. Em tempos de incerteza, o compromisso com a verdade é o maior aliado da democracia”.

1. Como você define o impacto das fake news no jornalismo atual?
Jairo Rodrigues: As fake news abalaram a confiança do público na imprensa. Quando informações falsas circulam com rapidez, mesmo veículos sérios acabam sendo questionados. Isso nos obriga a redobrar o cuidado com apuração e transparência.

2. O que mudou na rotina de um jornalista por causa das fake news?
Jairo: Hoje, além de informar, precisamos desmentir boatos e combater desinformação. Isso exige mais tempo de checagem, cruzamento de fontes e, muitas vezes, até produzir conteúdos explicativos para corrigir narrativas falsas.

3. Qual o papel das redes sociais nesse cenário?
Jairo: As redes sociais são um terreno fértil para fake news porque qualquer pessoa pode publicar algo sem verificação. Ao mesmo tempo, elas são nossas aliadas para divulgar jornalismo de qualidade — o desafio é usar esse espaço de forma estratégica e ética.

4. Como o jornalismo pode reconquistar a confiança do público?
Jairo: Com transparência. Mostrar os bastidores da apuração, publicar erratas quando necessário e ouvir diferentes lados. A confiança se reconstrói com consistência e compromisso com a verdade.

5. Quais ferramentas os jornalistas têm para combater as fake news?
Jairo: Hoje temos agências de checagem, inteligência artificial, bancos de dados e parcerias com plataformas digitais. Mas o principal ainda é o bom e velho jornalismo investigativo: ouvir, checar e confirmar.

6. Você acredita que a educação midiática pode ajudar nesse combate?
Jairo: Sem dúvida! Ensinar as pessoas a identificar fontes confiáveis, interpretar manchetes e desconfiar de conteúdos sensacionalistas é uma arma poderosa contra a desinformação.

7. Já enfrentou alguma situação em que teve que desmentir fake news diretamente?
Jairo: Sim, várias vezes. Lembro de uma matéria sobre vacinas em que tivemos que correr contra o tempo para rebater boatos que estavam viralizando. É um trabalho intenso, mas essencial.

8. Que conselho você daria para jovens jornalistas lidarem com esse novo cenário?
Jairo: Estudem sempre, sejam éticos e não se deixem levar por pressões de audiência. A verdade pode não viralizar tão rápido quanto uma fake news, mas ela sempre encontra seu caminho.

Matéria: Luana Dias / jornalista, escritora e cantora. Na Revista Grandes Negócios escreve sobre Cotidiano, vida e estilo