Síndrome de Burnout: Médica psiquiatra Dra Natasha Ganem explica processo de ‘esgotamento’ físico e mental no trabalho

Dra. Natasha Ganem – Médica Psiquiatra

A especialista afirma que a doença é mais comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, dentre outros.

Estresse constante, exaustão e até dores físicas. Esses são alguns dos sintomas da síndrome de burnout ou síndrome do esgotamento profissional, que se desenvolve em ambientes de trabalho desgastantes, com muita pressão e competitividade.

A síndrome passou a ser considerada doença ocupacional e foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na prática, significa que agora os acometidos agora possuem os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários assegurados no caso das demais doenças relacionadas ao emprego.

Para entendemos um pouco mais sobre o assunto, conversamos com a psiquiatra Dra. Natasha Ganem, que explica sobre o assunto.

JR: Dra. O que é a síndrome de Burnout?

Dra. Natasha Ganem: Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um disturbio com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.  A principal causa da doença é justamente o impacto do trabalho no indivíduo. 

JR: Como uma pessoa pode identificar se ela está apenas cansada ou com a síndrome de burnout. Quais os sintomas?

Dra. Natasha Ganem: Para o diagnóstico de Burnout, esses sintomas precisam ter Associação direta com o trabalho. Os principais sinais e sintomas que podem indicar a Síndrome de Burnout são:

Cansaço excessivo, físico e mental, dor de cabeça frequente, alterações no apetite, insônia, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança, negatividade constante, sentimentos de derrota e desesperança, sentimentos, de incompetência, alterações repentinas de humor, iolamento, sintomas somáticos como taquicardia, aumento da pressão arterial, tonturas, boca seca, dormência, dores musculares, etc.

JR: Ou seja, os sintomas surgem de forma leve?

Dra. Natasha Ganem: Sim, porém, tendem a piorar com o passar dos dias. Por essa razão, muitas pessoas acham que pode ser algo passageiro. Para evitar problemas mais sérios e complicações da doença, é fundamental buscar apoio profissional assim que notar qualquer sinal. Pode ser algo passageiro, como pode ser o início da Síndrome de Burnout. Essa síndrome pode resultar em  depressão grave e transtornos de ansiedade e por isso é essencial procurar apoio profissional no surgimento dos primeiros sintomas.

JR: E como é feito o tratamento?

Dra. Natasha Ganem: O tratamento da Síndrome de Burnout é feito com psicoterapia e também envolver medicamentos (antidepressivos e/ou ansiolíticos). O tratamento normalmente surte efeito entre um e três meses, mas pode perdurar por mais tempo, conforme cada caso. Mudanças nas condições de trabalho e, principalmente, mudanças nos hábitos e estilos de vida. A atividade física regular e os exercícios de relaxamento devem ser rotineiros, para aliviar o estresse e controlar os sintomas da doença.  Após diagnóstico médico, é fortemente recomendado que a pessoa tire férias e desenvolva atividades de lazer com pessoas próximas – amigos, familiares, cônjuges, etc.

JR: Dizem que o melhor remédio para qualquer doença, é a prevenção. Como se prevenir da síndrome de Burnout Dra?

Dra. Natasha Ganem: A melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout são estratégicas que diminuam o estresse e a pressão no trabalho. Condutas saudáveis evitam o desenvolvimento da doença, assim como ajudam a tratar sinais e sintomas logo no início. As principais formas de prevenir a Síndrome de Burnout são:

  • Defina pequenos objetivos na vida profissional e pessoal;
  • Participe de atividades de lazer com amigos e familiares;
  • Faça atividades que “fujam” à rotina diária, como passear, comer em restaurante ou ir ao cinema;
  • Evite o contato com pessoas “negativas”, especialmente aquelas que reclamam do trabalho ou dos outros;
  • Converse com alguém de confiança sobre o que se está sentindo;
  • Faça atividades físicas regulares.
  • Evite excessos
  • Sono reparador

“A meta é manter o equilíbrio entre o trabalho, lazer, família, vida social e autocuidado para a construção de uma rotina saudável”, conclui a psiquiatra.

Dra. Natasha Ganem
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